O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu no último domingo (7) que pode impor uma tarifa adicional de 10% a países que se alinharem com o BRICS, cujos líderes estão reunidos no Rio de Janeiro e evitaram um confronto direto com o americano, embora estivesse sempre presente nas entrelinhas. “Qualquer país que se alinhar com as políticas antiamericanas do BRICS deverá pagar uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a esta política”, escreveu Trump na sua rede social própria, a Truth Social.
O BRICS celebrou no domingo sua 17ª reunião de chefes de Estado e de Governo no Museu de Arte Moderna do Rio, sob forte esquema de segurança e marcada pelas ausências do líder chinês, Xi Jinping, e do presidente russo, Vladimir Putin, que participou de maneira virtual. A primeira das duas jornadas da cúpula foi encerrada com uma declaração final de 126 artigos que abordam a guerra comercial de Trump, a escalada de violência no Oriente Médio e a reforma “urgente” da ONU, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
“Expressamos sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio”, afirmou o documento, sem qualquer menção direta a Trump ou aos EUA sobre os temas mais espinhosos. Por outro lado, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse neste domingo que as chamadas tarifas “recíprocas”, e que estão sujeitas a uma pausa comercial que vence nesta quarta-feira, 9 de julho, entrarão em vigor no próximo dia 1º de agosto.
Lutnick fez as declarações ao lado de Trump, que assentiu, diante do grupo de jornalistas que os acompanhavam em Nova Jersey e que pediram um esclarecimento sobre a imposição das tarifas, dadas as cartas que Washington planeja enviar a partir desta segunda-feira a seus parceiros. “Acredito que teremos a maioria dos países em 9 de julho, ou uma carta ou um acordo”, declarou Trump, ao que Lutnick acrescentou: “Mas elas entrarão em vigor em 1º de agosto. As tarifas entram em vigor em 1º de agosto. Mas o presidente está estabelecendo as taxas e os acordos, agora mesmo”.
Os comentários de Lutnick representam um novo adiamento sobre a imposição das tarifas mais altas que compõem a agressiva política de Trump, a qual anunciou em 2 de abril, no que chamou de ‘Dia da Libertação’, e que deu início a uma guerra comercial.
*Com informações da EFE