Na semana passada, a Intel confirmou que chegou a um acordo com o governo dos Estados Unidos para passar 9,9% de suas ações para ele. Ao mesmo tempo em que isso deve aumentar o grau de confiança na empresa a médio e longo prazo, a decisão também pode acabar prejudicando suas relações com clientes internacionais.
Quem afirma isso é a própria direção da corporação, que explicou os impactos do investimento em um registro feito na Comissão de Valores Mobiliários do país. Segundo ela, uma diminuição nas vendas para clientes externos pode trazer impactos negativos para acionistas, empregados e parceiros comerciais.
Dados públicos compartilhados pela própria Intel mostram que, no ano fiscal de 2024, 76% de seus US$ 53,1 bilhões em receitas foram gerados por clientes fora dos Estados Unidos. O maior cliente da companhia durante o período foi a China (29% de suas receitas), que superou até mesmo o mercado interno norte-americano (24,5%).
Intel está sujeita a influência do atual governo dos EUA
Mesmo que o investimento não garanta um assento no conselho de acionistas para o governo de Donald Trump, a Intel deve ficar mais sujeita às consequências das decisões de sua administração. Caso o governo continue com sua tática de provocar guerras comerciais, isso também deve impactar nas relações internacionais mantidas pela companhia.
“Ter o governo dos Estados Unidos como um acionista significativo da Companhia pode sujeitar a Companhia a regulações adicionais, obrigações ou restrições, como leis de subsídio internacionais ou semelhantes, em outros países”, observa a própria corporação em seu registro.

A Intel também observa que a situação pode gerar reações negativas imediatas (ou daqui a um certo tempo) entre investidores, funcionários, fornecedores, outros negócios, governos estrangeiros e competidores. Além disso, ela observa que pode estar sujeita a processos e até mesmo mudanças políticas que façam o acordo chegar ao fim.
Para completar, a companhia afirma que ainda não fez a avaliação total dos impactos financeiros que podem resultar da situação. Apesar das incertezas demonstradas pela empresa, Donald Trump celebrou o acordo na rede social Truth Social, afirmando que ele ajuda a tornar os Estados Unidos um país mais forte e rico.
Fonte: Tom’s Hardware, Comissão de Valores Imobiliários