O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou na noite de domingo (29) que seu país retomou as negociações comerciais com os Estados Unidos, após reverter sua intenção de impor novos impostos às gigantes da tecnologia americanas, o que levou o presidente Donald Trump a interromper as conversas na sexta-feira. “Em nossa negociação de uma nova relação econômica e de segurança entre o Canadá e os Estados Unidos, o novo governo do Canadá sempre se pautará pela contribuição total de qualquer possível acordo para os melhores interesses dos trabalhadores e empresas canadenses”, afirmou Carney em um comunicado.
O Departamento de Finanças do Canadá anunciou em um comunicado que revogaria o Imposto sobre Serviços Digitais (DST, na sigla em inglês) em antecipação a um acordo comercial “mutuamente benéfico” com os Estados Unidos. O ministro das Finanças canadense, François-Philippe Champagne, havia alertado na semana passada que o imposto digital continuava em vigor e que o primeiro pagamento, que afetava grandes multinacionais americanas como a Meta, venceria na segunda-feira, 30 de junho.
Na última sexta-feira, Trump interrompeu as negociações comerciais com o Canadá com efeito imediato, após criticar o país pelo imposto, que seria aplicado de forma retroativa desde 2022 e seria de 3% das receitas acima de US$ 20 milhões obtidas por empresas com serviços digitais para residentes canadenses. “O anúncio de hoje apoiará a retomada das negociações até 21 de julho de 2025, data definida na Cúpula de Líderes do G7 deste mês em Kananaskis”, acrescentou Carney.
O governo canadense recordou que, em 2020, anunciou o DST para abordar o fato de que “muitas grandes empresas de tecnologia” que operam no Canadá não pagam outros impostos sobre os lucros que obtêm de canadenses. Embora tenha indicado que a preferência do Canadá “sempre foi por um acordo multilateral” relacionado aos impostos digitais, agora revogará a lei que criou o imposto.
Desde seu retorno à Casa Branca, Trump tem buscado impor novas tarifas aos seus parceiros no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (T-MEC), citando como argumentos o déficit comercial e o fluxo de drogas como o fentanil e de imigrantes. Diante da mudança política, Carney, que assumiu o cargo em 14 de março, anunciou em abril o início das negociações para um novo acordo de comércio e segurança entre o Canadá e os Estados Unidos.
*Com informações da EFE