Evoluindo a cada rodada na grama, João Fonseca deve ter chances de atingir, pela primeira vez na carreira em seu terceiro Grand Slam, as oitavas de final de Wimbledon. Na sexta-feira, o brasileiro, de 18 anos e 54 do mundo, terá pela frente Nicolas Jarry (143º, de 29), em duelo inédito. Dono de três títulos de ATP (em Genebra, Bastad e Santiago), o chileno iniciou a temporada como o 35º do planeta e, em 2024, atingiu o melhor ranking da carreira: 16.
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Principalmente na quarta-feira, na vitória por 3 a 1 sobre Jenson Brooksby, o pupilo do técnico Guilherme Teixeira mostrou um vasto repertório de jogadas, além de paciência e eficiência em momentos cruciais. E resistiu bem à variação e regularidade do americano, que lutou até o fim.
O estilo de jogo de Jarry é bem diferente do de Brooksby. O gigante chileno, de 2,01m, que tem no potente saque sua maior arma, não costuma ter paciência para longas trocas de bolas, uma virtude que o brasileiro vem demonstrando em Londres.
Pelo menos teoricamente, um adversário do estilo de Jarry poderia oferecer muito mais risco no início do torneio, quando, normalmente, os tenistas estão buscando mais ritmo, algo que o chileno raramente dá. Mas o número 1 do Brasil vem mostrando evolução e um repertório que pode fazer a diferença para avançar ainda mais em Londres.
Ao contrário de Brooksby, o chileno arrisca mais, busca os winners (pontos vencedores), mas, consequentemente, comete mais erros não-forçados. O americano, por sua vez, errou muito pouco, e vendeu caro a derrota para o número 1 do Brasil nesta quarta.
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Adversário de João Fonseca sofre queda no ranking
Na carreira, antes de Wimbledon, Jarry somava nove vitórias em 20 partidas na grama. Da última semana para cá, o chileno venceu três partidas do qualifying (em melhor de três sets) e mais duas na chave principal.
Jarry começou a temporada como o 35º do mundo. Em maio, após o Masters 1000 de Roma, o chileno despencou do 53º para o 150º no ranking.
Antes de Wimbledon, 8 das 13 derrotas (em 19 partidas de ATP) na temporada haviam sido em estreias: no Aberto da Austrália (para o bicampeão italiano Jannik Sinner), em Buenos Aires, para o anfitrião Diego Schwartzman (386}), em Santiago, para o argentino Ugo Carabelli (69º), em Bucareste, para o australiano Christopher O’Connell (87º), no Masters 1000 de Monte Carlo, para o búlgaro Grigor Dimitrov (18º), em Munique, para o francês Ugo Humbert (21º), em Genebra, para o australiano Alexei Popyrin, e em Roland Garros, para o anfitrião Arthur Fils (14º).
– Agora é seguir firme, pegar o Jarry, que joga bem na grama, um grande saque, tem feito uma boa temporada. É seguir, descansar amanhã e partir com tudo para a próxima rodada – disse o brasileiro.
Norrie ou Bellucci nas oitavas de final
Quem avançar do duelo entre João Fonseca e Jarry mede forças, nas oitavas de final, contra o britânico Cameron Norrie (61º, de 29 anos) ou o italiano Mattia Bellucci (73º, de 24). Em abril de 2024, o tenista inglês derrotou o carioca na segunda rodada do Masters 1000 de Madri, no saibro. Foi a primeira participação do pupilo de Guilherme Teixeira em um torneio desse nível.
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